Pedi aos céus pra te esquecer
Mas essa súplica segue em aberto.
Não teve encruzilhada,
reza,
missa,
ponto cantado.
Ninguém me botou fé.
Todos os santos sabem o quanto te quero.
Você, que caminha incerta pela vida, perdida por entre crenças e imprecisões, saiba que de preciso, só teu viajar. Viver será sempre a ambiguidade, o indefinido, a surpresa inesperada. Então não espera, vai. Vai flutuando. Confia nas tuas asas fortes e resistentes, asas que vacilam entre nuvens, mas não hesitam no manejo da espada. Faz de São Jorge teu guia — ele que fez morada na história e, de quebra, ainda ganhou a lua. Ergue teu punho enquanto medita tua luta. O arco-íris te ampara e te nutre, fazendo florecer das tuas entranhas o fruto da intuição, que é a verdade. Tua verdade habita o mundo e te espera. A verdade é o processo. A verdade é a vida.
Rodei museus e galerias,
Ouvi as odes emanadas nos teatros,
Segui a orquestra, os atabaques
e dançarinos.
Li poemas gregos
de amores distantes, amores roubados.
Tantos clássicos atemporais não chegam
aos pés
do pássaro azul que fez um ninho
na janela do quarto,
pra você olhar de manhã,
atenta
enquanto assobia baixinho,
sob o sol fresco,
a canção das aves que aninham.
Essa imagem me rouba
um suspiro.
Minha obra de arte favorita.
Correr
Caminhos
Conhecidos
Retornos angustiantes
os mares que percorremos